A Guerra Fria e a participação dos EUA
Pode-se
considerar como início da Guerra Fria, o período logo após o fim da Segunda
Guerra Mundial, onde os exércitos soviéticos e ocidentais se encontravam
ocupando territórios na Europa arrasada e era preciso uma retirada. Assim, se
demarcou como área de influência de cada parte, a linha de ocupação das tropas
ao fim da guerra. Os Estados Unidos assumem o papel predominante do lado
ocidental, na defesa do sistema capitalista e democracia liberal como ideologia
em sua esfera, ao passo que a URSS assumem seu lugar como potência na defesa da
ideologia socialista soviética para a sua.
Após
essa difícil, o mundo viveu um período de relativa estabilidade, com ambas as
superpotências evitando conflitos entre sí. Este período se estendeu até os
anos 1970, baseando-se no receio de ambas as partes, de um conflito
nuclear quer seria devastador para todo o mundo. Esta constante ameaça, esse
clima de iminente conflito a qualquer momento, deixava receosas todas as
populações mundiais, que temiam sofrer por tabela, com as bombas atômicas que
cortariam os céus.
Se
observa nos Estados Unidos, uma grande preocupação não apenas em se evitar uma
recessão interna, mas em manter os europeus ocidentais longe do poderio
soviético, a fim de preservar mercados, corações e mentes naquele continente.
Enquanto os americanos se usava da “política de contenção”, visando se proteger
de uma hegemonia da URSS no futuro, os soviéticos se preocupavam com a
hegemonia presente dos EUA. Devastada pela guerra, a União Soviética se
encontrava na posição defensiva e muitas vezes dependente de concessões da
potência rival. A retórica de um adversário implacável visando invadir e
destruir o modo de vida dos americanos era muito importante para seus líderes,
que precisavam continuamente de votos para permanecer no poder. Essa eterna
preparação para guerra propiciou também a criação de “complexos
industrial-militar tanto nos Estados Unidos quanto na União Soviética,
garantindo crescimento econômico, empregabilidade, comércio exterior de armas e
fornecimento de matéria-prima por parte de aliados mais empobrecidos.
A
partir dos anos 1970, os EUA enfrentam um período econômico difícil, devido a
crises como a do petróleo, ao mesmo tempo em que observam o relativo
crescimento da URSS e revoltas populares no terceiro mundo, que se alinhavam a
potência rival. A Guerra Fria toma então uma nova configuração, onde os
americanos adotam uma postura belicista, gerando uma corrida armamentista e um
retórica dura contra os soviéticos, que responderam da mesma forma. Essa etapa
se estendeu até que o líder Soviético no poder, Mickail Gorbachev, aceitou
acordos para barrar a corrida armamentista e o ocidente confiou na veracidade
dos fatos. A URSS, estava esgotada pela produção militar e precisava de
recursos para tentar solucionar crises de bem estar dentro de seu território.
Para os americanos, foi uma vitória, que se cristalizaria com o desmembramento
da União Soviética, levada a cabo por seus líderes burocratas e o fim dos
países de partido único no leste europeu.
Os
Estados Unidos, com extensa propaganda a fim de convencer seus cidadãos de que
havia se alcançando a destruição do inimigo, aproveitou o fim do modelo de uma
estado que garantisse bem estar social para impor a suas populações medidas
neoliberais, pregando o estado mínimo e a redução das contas públicas ao custo
da eliminação de direitos sociais. O mesmo foi seguido pelos britânicos e por
relutantes europeus, embora esses tenham mantido várias características dos
estados sociais como uma marca a diferenciar seu capitalismo do capitalismo
liberal americano e britânico, até mesmo por que suas populações não aceitariam
a súbita retirada de direitos e geraria uma grande convulsão social.
Sem
a propaganda do poderoso inimigo do leste, as elites políticas dos EUA se dedicaram
a propagandear e impor o modelo neoliberal pelo mundo, até que surgiu um novo
inimigo para combater e mobilizar a opinião pública: o terrorismo. Esse inimigo
que vive nas sombras possui a vantagem de poder ser qualquer um, basta que os
governantes americanos o classifiquem como tal.
Referências:
HOBSBAWM, E., A era dos extremos. 2 edição. São
Paulo: companhia das letras, 1995. Pág. 223-252.
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