segunda-feira, 20 de março de 2017

A Miséria da Previdência * Carlos Eduardo Novaes - Rj

A MISÉRIA DA PREVIDÊNCIA

A MISÉRIA DA PREVIDÊNCIA –
Um dia minha mãe do alto de seus 90 anos perguntou se eu estava cuidando da minha aposentadoria. Respondi que não, que minha aposentadoria vinha dos meus direitos autorais. Não quero, portanto meter a mão na cumbuca dessa reforma porque nada entendo do assunto. Mas como creio entender um pouco de desigualdade social, olhando da janela de casa percebo, à primeira vista, que estão querendo jogar nas costas do povão a responsabilidade de “salvar” a Previdência.
Ora meus caros a Previdência será salva no dia em que acabarem com os privilégios e as super aposentadorias dos servidores públicos que vivem no andar de cima, como diria Elio Gasperi (parlamentares, governadores, a elite do Judiciário etc). Enquanto a aposentadoria pelo INSS do setor privado não vai alem de R$ 4.66300, no setor publico pode bater no teto de R$ 33 mil. Por aí começa a desigualdade social.
Vejam por exemplo o caso do presidente Michel Temer que se aposentou em 1996 como procurador do estado aos 55 anos. Ou seja, com cinco anos a menos do que a lei atual permite para aposentadorias no setor público (60 anos para homens). Desconheço como fecharam essa conta, - talvez na época a lei fosse outra, talvez algum “artifício” - mas seria interessante que Temer – tão empenhado na reforma – informasse ao país com suas mãozinhas como conseguiu tal antecipação que lhe concede no momento um salário de R$ 30.613,24 (bruto).
O dia em que alguém se dispuser a vasculhar as aposentadorias e pensões no serviço publico da União, - e também dos estados - vai encontrar números escabrosos, fruto dos muitos “penduricalhos” e privilégios com que os políticos vão engordando seu salário. Álvaro Dias ganha 27,8 mil como senador da Republica – fora as mordomias do cargo - mas embolsa outros 24,8 mil de aposentadoria vitalícia por ter governado o Paraná. Total: R$ 51.500,00, o equivalente a 103 trabalhadores que recebem salário-mínimo. Bota desigualdade nisso!
Ou você acha que o desequilíbrio nas contas previdenciárias provem da maioria dos aposentados e pensionistas que recebe 1.303,38 (trabalhador urbano) e 880,84 (rural) – valor médio do INSS em maio de 2016? Segundo pesquisa da Associação dos Serviços de Previdência o país tem 31,5 milhões de aposentados e pensionistas. Desse total, 21 milhões – ou seja, 71,6% - recebe o salário mínimo. Foram eles que quebraram a Previdência?
Carlos Eduardo Novaes em 17/03/2017
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Obs.: Não sei se você prezado leitor vivenciou a constituinte de 1988, mas naquele período a formação de Comitês Populares foi fundamental para fazer as propostas populares chegarem ao Plenário Nacional da Constituinte. Lá, nós delegados, tínhamos que apresentar as propostas saídas de cada lugar do Brasil. Isso se passou por vários dias com os Plenários Populares apresentando as suas propostas. E quando uma proposta encontrava-se com outra igual, os relatores paravam tudo e liam para o plenário o conteúdo de cada uma e assim íamos eliminando as semelhanças. Apenas as propostas diferentes iam para votação. Assim é que temos agora uma Constituição aonde consta os direitos de cada minoria social brasileira. Eu creio que se formarmos Comitês Populares em Nossos bairros para defender a Aposentadoria com 35 anos de contribuição para homens e 30 para mulheres, poderemos dar um basta nos golpistas... 
Está feita a proposta. Meu nome é Antonio Cabral Filho, constituinte do município de São Gonçalo - Rj Whatsapp 21.99947-9208
E_mail- antoniocabralfilho@gmail.com
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